segunda-feira, 4 de junho de 2012

O retorno da Vigor na bolsa? Para analistas, esta não é a melhor hora para voltar

SÃO PAULO – A aprovação recebida pela JBS (JBSS3) da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para o pedido de OPA (Oferta Pública de Aquisição) de permuta voluntária da Vigor, de até 149, 7 milhões de ações ordinárias, foi o grande sinal para que a empresa de laticínios volta ao mercado de capitais após ter deixado a bolsa em 2008. Contudo, para alguns analistas, esse pode não ser o momento para que a Vigor volte, sobretudo devido ao atual momento da bolsa.
O estrategista da Futura Investimentos, Adriano Moreno, acha difícil ter uma colocação da Vigor na bolsa ainda este ano. “Este momento não é propício e não vejo no business da JBS uma necessidade imperiosa de fazer isso”. Para ele, o atual momento não é bom para uma listagem pública, pois se tiver demanda o mercado vai exigir um bom desconto. Para Moreno, só se capitaliza hoje no mercado quem não tem outra alternativa, o que ele não vê como o caso da JBS.
Vale lembrar que outras companhias lançaaram suas ações na BM&FBovespa neste ano e não têm ido muito bem.As units do BTG Pactual (BBTG11), que fizeram sua estreia em 26 de abril, marcam queda de aproximadamente 15%, enquanto os papéis da Locamerica (LCAM3), que estrearam em 23 de abril, apresentam desempenho negativo de aproximadamente 20%. Somente a Unicasa (UCAS3), que chegou à bolsa em 27 de abril, mostra leve alta de 5%.
Pior momento
Um analista consultado pelo Portal InfoMoney, que preferiu não se identificar, disse que a Vigor foi “um fracasso na bolsa, não tinha liquidez e por isso fechou o capital”. Ainda afirma que, mesmo estando sob o guarda-chuva da JBS, a empresa vai ter que mostrar o que mudou na gestão, para voltar ao mercado.
O analista de mercado lembra que o investidor quer ficar bem longe deste papel. Segundo ele, é muito bom ter uma nova empresa no mercado, mas ao mesmo tempo a insegurança está presente em relação de que será feito esse negócio. “Este é o pior momento de se entrar na bolsa, nem recomendo que se faça isso”, afirma.
Na avaliação do estrategista da Futura Investimentos, a Vigor não é core business da JBS, no entanto a empresa acredita que agora ela precisa “ter vida própria”. Entretanto, ele destaca que a Vigor é uma marca reconhecida, havendo a possibilidade de obter um valor no negócio.
O vai e vem da Vigor no mercado 
Em 2007, em meio ao cenário turbulento das bolsas mundiais, o Grupo Bertin, anunciou que havia adquirido o controle indireto da fabricante de laticínios Vigor. Na época, os papéis da empresa reagiram bem e avançaram.
Logo em 2008, o Bertin entrou com pedido para cancelamento de registro de suas controladas, a Leco (LECO4) e Vigor (VGOR4), para a então aquisição de 100% das ações ordinárias e preferenciais das companhias.
Em 2009, a JBS adquiriu o Grupo Bertin, que controlava a Vigor. Neste mesmo ano foi realizada a OPA (Oferta Pública de Aquisição de Ações) em uma operação que movimentando cerca de R$ 239 milhões e resultou no cancelamento de registro da empresa na bolsa.
Neste ano, a Vigor Alimentos entrou com pedido para obter registro de companhia aberta junto à CVM, dando o primeiro passo para a distribuição de ações no mercado. Por fim, a JBS informou que o leilão para oferta pública de aquisição de ações ordinárias da emissão da companhia mediante permuta por ações ordinárias da Vigor Alimentos, acontecerá no dia 21 de junho, às 16h (horário de Brasília) na BM&FBovespa.

Fonte: http://www.infomoney.com.br/jbsfriboi/noticia/2454631-retorno+vigor+bolsa+para+analistas+esta+nao+melhor+hora+para

Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4)

O Banco Central deve decretar hoje uma intervenção no Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4), segundo reportagem da Agência Estado. O banco ficará sob o Regime de Administração Especial Temporária e o Fundo Garantidor de Crédito cuidará da gestão. Ainda segundo a reportagem os auditores do Banco Central encontraram um rombo de R$1,3 bilhão, criado em condições similares à do banco PanAmericano (BPNM4). Mesmo após rumores de que o banco BTG Pactual, atual controlador do PanAmericano, estaria interessado na compra do Cruzeiro do Sul, as ações da instituição registraram perdas de mais de 40% na semana passada, mostrando que havia algo de errado. As ações preferenciais da instituição também mostraram uma movimentação atípica no dia 18 de maio, registrando um volume de negociação 182 vezes superior à média dos últimos trinta dias. O Banco Cruzeiro do Sul não emitiu nenhuma nota de esclarecimento em relação a este volume atípico de negociação, e emitiu uma nota apenas após solicitação da BM&FBOVESPA sobre a notícia de uma possível venda da instituição veiculada no jornal Valor Econômico, na qual afirmava que analisava permanentemente alternativas estratégicas para seus negócios.

10 notícias para lidar com os mercados nesta segunda-feira

1 - BC decreta intervenção no Banco Cruzeiro do Sul. O Banco Central decreta nesta segunda-feira intervenção no Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4). A instituição carioca será colocada sob o Regime de Administração Especial Temporária (Raet), o que significa que os controladores - a família Índio da Costa - serão afastados e a gestão será feita pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), instituição criada com objetivo de proteger os depósitos dos clientes do sistema financeiro no País.

2 - Vale não paga taxa ao governo do Pará e entra na justiça contra cobrança. A Vale (VALE3, VALE5) entrou em rota de colisão com o governo do Pará. Segundo nota da coluna Radar, da revista Veja, a empresa deixou de depositar 55 milhões de reais aos cofres do estado, referentes a uma taxa de mineração que passou a valer recentemente.Como resultado, o governador Simão Jatene teria pedido a preparação de um projeto de lei suspendendo benefícios concedidos à empresa, responsáveis por diminuir os tributos cobrados sobre suas exportações.

3 - Petrobras pode adiar cortes para ajudar no PIB, diz jornal. A Petrobras (PETR3, PETR4) pode jogar para frente a definição dos cortes que faria em investimentos - e até pendurá-los. Segundo informação publicada no domingo pela colunista Sonia Racy no jornal O Estado de São Paulo, a presidente da estatal, Graça Foster, adiou reunião que trataria do assunto amanhã, depois de ter sido chamada pelo Palácio do Planalto. De acordo com a jornalista, integrantes do governo avaliam que a suspensão dos cortes seria importante para assegurar o crescimento do PIB. No fim de abril, Foster afirmou que a previsão de investimentos da Petrobras seria a maior da história, com possibilidade de chegar a 88 bilhões de dólares em 2012, impulsionada pela compra de sondas produzidas pela indústria nacional.

4 - Gafisa assumirá controle total da Alphaville Urbanismo. A Gafisa (GFSA3) assumirá o controle integral da Alphaville Urbanismo, empresa da qual já detém 80% do capital social. A aquisição da participação restante deverá ocorrer ainda este ano, conforme fato relevante divulgado pela Gafisa. No documento, a companhia destaca que a fatia de 20% "equivalerá a, no máximo, R$ 368,7 milhões, sujeito ainda a pequeno ajuste adicional previsto no acordo de investimentos" acertado entre as empresas.

5 - Emissão de títulos da dívida pelo mundo aumenta com força no 1º trimestre. A emissão de títulos de dívida internacional pelo mundo subiu com força no primeiro trimestre deste ano em decorrência do impacto das injeções de liquidez com vencimento em três anos feitas pelo Banco Central Europeu (BCE), medidas que ajudaram a evitar uma crise de financiamento no setor bancário da Europa.A emissão bruta global de títulos da dívida internacional atingiu US$ 2,562 trilhões, 40% a mais que no trimestre anterior.

6 - Ação da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário vale até 5,97 reais. O laudo de avaliação da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCIM3), elaborado pelo Santander, apontou que o preço justo para as ações da companhia está em um intervalo entre 5,43 reais e 5,97 reais, mostra comunicado enviado na noite de sexta-feira para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa está num processo para uma oferta pública de aquisições (OPA) para fechar seu capital.

7 - Real apanha do peso colombiano com juros em sentidos opostos. As contraditórias políticas de juros no Brasil e na Colômbia explicam por que o real tem hoje o pior desempenho enquanto o peso colombiano tem o maior ganho entre as moedas de países emergentes. O Comitê de Política Monetária do Banco Central cortou na semana passada a taxa básica de juros para seu menor nível histórico, 8,5 por cento ao ano, enquanto a Colômbia manteve sua taxa de referência no maior patamar em três anos, 5,25 por cento. A diferença de 3,25 pontos percentuais é a menor desde maio de 2009. O real se desvalorizou 8,3 por cento frente ao dólar neste ano, em comparação ao avanço de 5,6 por cento do peso colombiano, segundo dados compilados pela Bloomberg. Em 22 de maio, a moeda brasileira registrou a menor diferença para a colombiana em sete anos.
8 - China fará planos para lidar com risco de saída da Grécia do euro. O governo chinês pediu a agências importantes -incluindo o banco central- para dar ideias sobre como lidar com os riscos econômicos potenciais de uma saída da Grécia da zona do euro, afirmaram à Reuters nesta segunda-feira três fontes com conhecimento do assunto. As fontes disseram que os planos poderiam incluir medidas para manter o iuan estável, aumentar a verificação de fluxos de capital estrangeiros e intensificar as políticas para estabilizar a economia doméstica. À medida que as preocupações dos investidores sobre uma possível saída da Grécia da zona do euro aumentam, o governo central tem pedido a agências relacionadas ao governo, incluindo a Comissão Nacional para Desenvolvimento e Reforma, o banco central e o regulador bancário, para discutirem planos de contingência, segundo as fontes.

9 - Moody's reduz teto de rating doméstico da Grécia. A agência de classificação de risco Moody's reduziu na sexta-feira o teto para os ratings de emissores de dívida para o mercado local grego devido ao crescente risco de que o país saia da zona do euro, mas adicionou que não considera que esse seja o cenário mais provável para o país. A Moody's disse que reduziu a maior avaliação possível para emissores de dívida para o mercado local na Grécia para "Caa2", abaixo dos maiores ratings atuais relativos a títulos gregos, que é "B1" para alguns bônus.

10 - Alemanha pode apoiar sistema bancário unificado. A Alemanha está enviando fortes sinais que poderá apoiar a emissão de títulos europeus unificados ou uma união do sistema bancário se os líderes europeus também decidirem desistir da soberania e transferir poderes sobre orçamentos nacionais para Europa. Se adotado, esse passo irá redesenhar a união monetária europeia.Países como França acreditam que a Europa pode criar instrumentos como os títulos de euro para colocar o peso da dívida em muitos ombros. Outros, especialmente a Alemanha, dizem que uma moeda comum requer uma política fiscal comum e transferência da soberania sobre os orçamentos para a Europa.

Fonte:  http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/10-noticias-para-lidar-com-os-mercados-nesta-segunda-feira-83