Cotação do petróleo dispara com o agravamento das tensões na Líbia
SÃO PAULO - Os principais contratos de petróleo encerraram esta segunda-feira (21) em forte alta diante dos protestos que tomaram conta do Oriente Médio e do norte da África, principalmente Bahrein e Líbia. A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) se posicionou e disse que não irá agir, mas que em caso de necessidade está pronta para aumentar o fornecimento de óleo.
A cotação do barril do petróleo Brent, negociado no mercado de Londres, fechou a US$ 105,74 no pregão desta segunda-feira, forte alta de 3,14% em relação ao último fechamento, maior cotação registrada em mais de dois anos pelo contrato de Londres. Já o contrato com vencimento em março, que apresenta maior liquidez no mercado de Nova York, fechou cotado a US$ 91,42 por barril, configurando uma alta de 6,06% frente ao fechamento anterior.
Violência em países árabes
A violência tomou conta da Líbia, após uma série de protestos no país contra o regime de governo de Muammar al-Gaddafi, que está no poder há mais de 42 anos. Uma onde de ataques aos cidadãos que tomaram as ruas acabou com a morte de mais de 200 pessoas no país, e o filho do líder líbio afirmou que uma guerra civil pode causar sérios riscos para a nação, a oitava maior produtora de óleo dentro da Opep.
O temor do mercado é que essa violência política se espalhe para o Irã e por outros países da região, podendo levar a paralisações na produção de petróleo, o que certamente elevaria ainda mais as cotações da commodity. Vale destacar que também há conflitos em países como o Iêmem, Djibouti e Bahrein.
Fitch corta rating da Líbia
A intensificação das tensões políticas na Líbia já levaram a Fitch a rebaixar os ratings de longo prazo em moeda local e estrangeira do país, passando de "BBB+" para "BBB".
A agência de classificação de risco também alertou para o fato de que novos cortes podem ocorrer, caso a falta de solução política ao conflito e a violência continuem.
Posição da Opep
Os membros da Opep afirmaram que estão atentos à situação de violência que tomou conta dos países do Oriente Médio e do norte da África, sobretudo a Líbia. Porém, por enquanto, a Organização não vai agir.
O ministro de Petróleo dos Emirados Árabes Unidos, Mohammad Al-Hamli, afirmou que há ampla oferta no mercado e que a Opep está pronta para fornecer mais petróleo em caso de necessidade. A produção de 50 mil barris por dia está parada na Líbia por causa da turbulência.
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