Seguindo a cartilha, você pesquisa informações básicas sobre a empresa, o histórico de cotações das ações, as análises e recomendações das corretoras e as compra mentalizando que, independente da volatilidade dos mercados, terá a paciência necessária para atingir percentuais bem elevados de rentabilidade em 1 ano.
Alguns dias após a aquisição, surgem notícias muito negativas vindas da Europa e a bolsa de valores corrige cerca de 20% em poucas semanas. O ativo que você adquiriu, justamente pela alta volatilidade, tem perdas superiores a 30% no mesmo período. Por mais que você tenha estabelecido uma estratégia, os pensamentos são diversos.
A primeira idéia que costuma cruzar a mente do investidor é a do preço médio, ou seja, adquirir mais ações para diminuir o valor da compra, o que na prática só faz imobilizar mais capital no curto prazo na perspectiva de encurtar o tempo para a retirada do montante. Perde-se, nessa atitude, a possibilidade de lucrar no curtíssimo prazo especulando em ativos bem desvalorizados.
Outra alternativa que costuma ser adotada é a de desistir da posição e bancar o prejuízo – o que não é nem um pouco aconselhável, exceto se for mediante a determinação de um % tolerável para acionamento do stop loss. Os pequenos investidores têm um talento incrível de vender os papéis na proximidade dos fundos já quando os movimentos estão se exaurindo.
E quando o ativo recupera rapidamente as perdas com volumes bastante robustos e rompe resistência atrás de resistência? O investidor esquece o susto que levou e acredita que, a despeito de agenda macro econômica e das sinalizações técnicas, a tendência infinita do papel é de valorização.
Quando o risco se torna muito elevado a ponto de poucos quererem se expor pelas migalhas do bolo ocorre uma forte realização que pode ser amplificada caso a volatilidade sistêmica do mercado aumente por outras circunstâncias. Em alguns dias o lucro de dois dígitos se torna um prejuízo da mesma proporção, e o investidor jura a si mesmo que na próxima vez o ativo será vendido com um lucro qualquer.
O contrário também é complicado. O investidor acaba de comprar uma ação e a cotação dispara com volume bastante substancial e aquele se enche de confiança. Todos os dias o ativo sobe mesmo quando os índices principais recuam; apenas realizações intra days para aliviar os indicadores técnicos. O céu parece ser o limite e o comprador do papel nem sequer adota medida preventiva estabelecendo um stop gain.
De repente aquele resultado trimestral sobre o qual todos estavam otimistas vem abaixo das expectativas e os investidores decidem desfazer suas posições. O papel desaba mais de 15% e o investidor no pânico decide vendê-lo com um pouco de prejuízo. Poucas situações são tão frustrantes como essa; de um ganho rápido e elevado para uma pequena perda.
Particularmente, eu costumo manter de forma bastante disciplinada minhas estratégias de médio prazo para ações com melhores fundamentos corporativos, vislumbrando também os proventos pagos pelas empresas; e um determinado capital para papéis mais especulativos, sendo que nestes, apesar de estabelecer preços alvos, há sempre a possibilidade de vendê-los em outros valores aos pré estabelecidos.
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