Por: Equipe InfoMoney
15/03/11 - 18h07
InfoMoney
SÃO PAULO - Os principais contratos futuros de petróleo encerraram esta terça-feira (15) em forte queda no mercado internacional, após um novo incidente na planta nuclear de Fukushima. O temor do mercado é que haja um forte impacto por conta da demanda japonesa pela commodity, o terceiro maior consumidor mundial.
A cotação do barril do petróleo Brent, negociado no mercado de Londres, fechou a US$ 108,52 no pregão desta terça-feira, forte baixa de 4,53% em relação ao último fechamento. O contrato com vencimento em abril, que apresenta maior liquidez no mercado de Nova York, fechou cotado a US$ 97,18 por barril, configurando uma baixa de 3,96% frente ao fechamento anterior. Essa foi a maior queda diária desde 19 de outubro.
Temor de contaminação
Por conta do acidente, cresce os riscos de contaminação radioativa no Japão. O pânico também foi intensificado após a mídia local divulgar que níveis de radiação acima do normal também foram detectados em Tóquio – ainda que em quantidade insuficiente para representar risco à vida humana, revelou o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia.
Além disso, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) informou que autoridades japonesas confirmaram incêndio no reator da unidade 4 da planta de Fukushima – que pode ter sido causado por uma explosão de hidrogênio - e que a radioatividade foi liberada diretamente na atmosfera.
Impactos
Segundo o Danske, com esse cenário, há a possibilidade de um impacto na demanda das commodities no curto prazo e um efeito crucial no mix energético de uma série de países no futuro. De todo modo, os analistas não acreditam que o recente desastre terá potencial tamanho que seja capaz de afetar a economia global, sobretudo porque ela se encontra atualmente muito mais robusta.
Em resposta à interrupção na produção, o Japão provavelmente irá aumentar significativamente suas importações de gás natural e combustíveis com baixo teor de enxofre para compensar a produção de eletricidade. No longo prazo, a perspectiva é de que isso sustente os preços do carvão, do petróleo e do gás natural. Vale destacar que as ações ligadas a commodities e energia lideraram as perdas na bolsa de Tóquio no pregão desta terça-feira.
Mundo árabe
O mercado está menos focado nos eventos do mundo árabe, mas ainda assim, eles pesam no mercado de petróleo. Hamad bin Isa Al Khalifa, rei do Bahrein, declarou estado de emergência, após novos protestos na região deixarem mais de 100 feridos. Assim, houve novo envio de tropas vindas dos países do Golfo Pérsico e da Arábia Saudita para manter a segurança na região e proteger as instalações produtoras de petróleo.
Na Líbia, forças favoráveis ao governo de Gaddafi continuam avançaram para o leste e recuperando o poder das áreas sob influência dos manifestantes. Segundo a Agência Internacional de Petróleo, as exportações de óleo do país podem continuar pressionadas por muitos meses, devido aos conflitos que acometeram o país.
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